domingo, 26 de agosto de 2012

CRECHES X ESCOLAS INFANTIS




Um dos pedidos que mais ouço nas vilas em que faço minha campanha para vereadora, aqui em Novo Hamburgo é “mais vagas nas creches”. Mais vagas e horários mais amplos! E faz sentido. Embora o número de crianças esteja diminuindo, nas vilas ainda se vê um mar de pequerruchos correndo nas ruas.

Se lembrarmos que também nas vilas é muito grande o número de famílias chefiadas e sustentadas por mulheres, vamos entender a importância desta reivindicação. As mães precisam trabalhar para trazer o pão à mesa, mas não têm onde deixar seus filhos. O problema é seríssimo e, podem ter certeza, está na raiz da violência e da desorientação dos nossos jovens.

Aqui em Novo Hamburgo, o prefeito Tarcísio está fazendo um esforço fantástico para enfrentar esta questão. Está trazendo 12 novas escolas infantis, o que significa algo em torno de 2.500 vagas. Mesmo assim, estamos muito longe de uma solução. Há necessidade de muitas novas vagas ainda e o problema vai além da simples abertura de vagas: a questão dos horários também é angustiante, pois para muitas mães é impossível conciliar o trabalho com a hora de levar e buscar as crianças na escola.

Aqui se colocam duas questões muito importantes. A primeira – e mais óbvia – é a necessidade de recursos para manter as novas escolas infantis. Mesmo sabendo que o governo federal contribui com recursos para a manutenção de cada aluno em sala de aula, há um limite orçamentário para o número de crianças que podem ser atendidas.

A segunda questão é que existe uma diferença muito significativa entre a visão das mães e a do governo sobre este problema. Notem que, quando falo da reivindicação das mães, uso a palavra “creche”. Quando falo do que o governo está fazendo, porém, a expressão é “escola infantil”. Os governos, a partir de uma orientação que vem do Ministério da Educação, pensam na necessidade de dar educação às crianças desde a mais tenra idade. Está certo, mas, para as mães, o grande problema é onde deixar seus filhos enquanto elas trabalham. Para atender também esta necessidade, os investimentos e os recursos para custeio tem que ser ainda maiores.

E, aí, se impõe a pergunta que resume o real significado da palavra “política”: de onde vai sair este dinheiro?