Um
dos pedidos que mais ouço nas vilas em que faço minha campanha para vereadora,
aqui em Novo Hamburgo é “mais vagas nas creches”. Mais vagas e horários mais
amplos! E faz sentido. Embora o número de crianças esteja diminuindo, nas vilas
ainda se vê um mar de pequerruchos correndo nas ruas.
Se
lembrarmos que também nas vilas é muito grande o número de famílias chefiadas e
sustentadas por mulheres, vamos entender a importância desta reivindicação. As
mães precisam trabalhar para trazer o pão à mesa, mas não têm onde deixar seus
filhos. O problema é seríssimo e, podem ter certeza, está na raiz da violência
e da desorientação dos nossos jovens.
Aqui
em Novo Hamburgo, o prefeito Tarcísio está fazendo um esforço fantástico para
enfrentar esta questão. Está trazendo 12 novas escolas infantis, o que
significa algo em torno de 2.500 vagas. Mesmo assim, estamos muito longe de uma
solução. Há necessidade de muitas novas vagas ainda e o problema vai além da simples
abertura de vagas: a questão dos horários também é angustiante, pois para
muitas mães é impossível conciliar o trabalho com a hora de levar e buscar as
crianças na escola.
Aqui
se colocam duas questões muito importantes. A primeira – e mais óbvia – é a
necessidade de recursos para manter as novas escolas infantis. Mesmo sabendo
que o governo federal contribui com recursos para a manutenção de cada aluno em
sala de aula, há um limite orçamentário para o número de crianças que podem ser
atendidas.
A
segunda questão é que existe uma diferença muito significativa entre a visão
das mães e a do governo sobre este problema. Notem que, quando falo da
reivindicação das mães, uso a palavra “creche”. Quando falo do que o governo
está fazendo, porém, a expressão é “escola infantil”. Os governos, a partir de
uma orientação que vem do Ministério da Educação, pensam na necessidade de dar
educação às crianças desde a mais tenra idade. Está certo, mas, para as mães, o
grande problema é onde deixar seus filhos enquanto elas trabalham. Para atender
também esta necessidade, os investimentos e os recursos para custeio tem que
ser ainda maiores.
E,
aí, se impõe a pergunta que resume o real significado da palavra “política”: de
onde vai sair este dinheiro?