domingo, 17 de abril de 2011

Dia do Índio - 19 de ABRIL


Pouco para comemorar. Muito para respeitar.

Um quarto dos remédios da medicina ocidental vem das florestas. Destes, três quartos foram desenvolvidos a partir de informações dos povos indígenas.

Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia 6 milhões de índios. Nos anos 50, a população indígena brasileira estava entre 68.000 e 100.000 habitantes. Em 1500, havia em torno de 1.300 línguas indígenas. Atualmente existem apenas 170. Cerca de 35% dos 210 povos com culturas diferentes têm menos de 200 pessoas.

Muitas tribos indígenas foram extintas, numa autêntica guerra que durou até a década de 70, quando grande estradas começaram a cortar as florestas onde vivem a maioria dos índios brasileiros. Foram ameaçados por epidemias, diarréia e estradas. Outro sério problema ainda hoje enfrentado é a invasão dos garimpeiros, que os índios chamam de “comedores de terra”, pela devastação que causam.

Hoje, porém, o número de índios no Brasil e na Amazônia aumenta rapidamente. A taxa de crescimento de sua população é de 3,5% ao ano. Supera a média nacional, que é de 1,3%. Em melhores condições de vida, alguns índios recuperam sua auto-estima, reintroduzem os antigos rituais e aprendem novas técnicas de pesca, caça e agricultura. Muitos voltaram para as florestas. Atualmente há cerca de 280.000 índios no Brasil. Contando os que vivem em centros urbanos, chegam a 300.000. No total, quase 12% do território nacional, pertence aos índios.


Manter a diversidade cultural dos índios é muito importante. Sua cultura é muito rica. Um quarto dos remédios da medicina ocidental vem das florestas. Destes, três quartos foram desenvolvidos a partir de informações dos povos indígenas. É que os índios brasileiros sobrevivem utilizando os recursos do ambiente natural. Na pesca, por exemplo, é comum o uso de substâncias vegetais que intoxicam e atordoam os peixes.

A terra é propriedade coletiva. As tarefas são divididas por idade e sexo. Em geral, cabe à mulher o cuidado com a casa, das crianças e das roças. O homem é responsável pela defesa, pela caça (individual ou coletiva), e pela coleta de alimentos na floresta. Os mais velhos - homens e mulheres – são muito respeitados pela experiência de vida. Os chefes, hereditários ou eleitos, conduzem as mudanças e guerras, mantém as tradições, determinam as atividades diárias e fazem contato com outros povos, inclusive os brancos. Costumam ser assessorados por um conselho que os auxilia nas decisões. O pajé é um curandeiro e conselheiro espiritual.


São comuns os ritos de passagem, ligados à gestação, ao nascimento, à iniciação na vida adulta, ao casamento, à morte e a outras situações. Poucos povos acreditam na existência de um ser superior (supremo). A maior parte acredita em heróis místicos, muitas vezes em dois gêmeos, responsáveis pela criação de animais, plantas e costumes. A arte está na vida cotidiana. A pintura, feita com tintas extraídas na natureza, é muito desenvolvida, tanto a corporal como na cerâmica e na cestaria. Junto à pintura, eles desenvolveram toda a beleza da arte plumária.

Lembrem que também são indígenas grandes civilizações americanas, como os Incas, Maias e Astecas. Em alguns países, os índios ainda são maioria. O presidente Evo Moralez, da Bolívia, é índio e foi eleito pela maioria indígena de seu país. Sinal dos tempos.

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